sábado, 9 de abril de 2011

Papai e um certo feixe de algo que está a caminho...



Eu estava em um veículo em movimento, passando em meio a pessoas. Havia alguém mais comigo que não me vem à memória.
Eu olhei à minha esquerda e identifiquei meu pai sentado nos degraus da fachada de uma edificação, junto a outras pessoas, conversando animadamente, sorrindo.
Fiquei encantado ao vê-lo, pois eu tinha consciência de sua situação de desencarnado. Fiquei empolgado e percebi que nossos olhares haviam se cruzado e ele percebeu que eu o via. Não percebi como mas, de alguma forma eu desci do veículo e caminhei entre as pessoas e ele veio ao meu encontro. Repletos de uma euforia gostosa tocamos as mãos “palma-palma, dedão-dedão” naquele  movimento “moderno” de cumprimento entre “chegados” e nos abraçamos com muita intensidade. Não parecia encontro entre pai e filho, mas de amigos.
Ele tinha aparência jovem, uns 30 anos enfeitados por um bigode cortado como nunca: imaginem um bigode que se estendem até o queixo, algo assim.
Nós no sentamos em uma mesa, papai à minha frente e, ao meu lado, alguém que me pareceu ser Frank mas que eu não distinguia bem e nem dava muita atenção.
Eu tinha a sensação de que eu estava controlando a percepção do visual e do auditivo, mantendo a sintonia e a “conexão” com papai naquele momento. Eu sentia que se desviasse o meu olhar do dele, eu perderia o link e por isso grudei os olhos nele, sem piscar, atento e concentrado, sem perceber os detalhes do ambiente ou das demais pessoas ao redor.
Meu primeiro impulso foi perguntar se estava tudo bem com ele, ressaltando a saudade que eu sentia dele. Ele disse que estava tudo muito bem, sorria muito, parecia realmente feliz.
Perguntei como havia sido a “passagem”, se tinha ocorrido tudo bem e se havia sido tranqüila. Ele afirmou que sim, que estava tudo bem e tudo tinha sido legal.
Mencionou, expressando seus trejeitos como sempre debochados, que havia recebido no começo, algo como uma licença de INSS: “Eles” o haviam colocado em uma situação que parecia uma simulação, como se ele estivesse revivendo a melhor época da vida dele, na adolescência, aos 15 anos.
Disse que depois de se restabelecer, “eles” lhe arrumaram uma casa, mas que ficaria nessa casa só até o final de agosto, quando seria levando para um lugar pros lados do “cruzeiro do sul”. Perguntei o porquê disso, porque ele não poderia ficar. Ele explicou que não era só ele, que todo mundo estava sendo levado aos poucos pra lá, porque (e nesse momento, enquanto ele me dava a explicação, fui transportado a um lugar fora da Terra, no espaço) um feixe de raios se dirigia à Terra.

Enquanto eu via tudo, perguntei a ele se esses raios afetariam a espiritualidade e não me lembro se ele disse que sim, mas guardo a sensação de que sim, de que afetaria tudo de alguma forma.
A visão que tive foi esplêndida: eu estava no meio do espaço, havia estrelas pra todo lado e vi, à minha direita, um feixe que vinha de muito longe e se dirigia ao nosso planeta. Não era um feixe luminoso ou iluminado, assemelhava-se a um rastro de chuva, mas que não possuía partículas, era um feixe imaterial gigantesco, sem cor ou brilho, translúcido. Vinha de algum lugar lá no infinito e quando busquei com o olhar o rumo que seguia, vi surpreso, lá longe, um minúsculo ponto de azul fraco, perdido na imensidão... era a Terra.
Abri os olhos lentamente... a sensação de realidade permanecia... escrevi tudo para não me esquecer... fiquei comovido e quando contei à minha mãe, chorei muito, um peculiar chore sem razão... não havia tristeza ou qualquer outro sentimento... era uma emoção intensa e desconhecida.



Não sei que vai acontecer em agosto... mas guardo uma forte sensação...
Seja o que Deus quiser....